quinta-feira, 18 de maio de 2017

Do Amor de Outrem

Dando rosto aos nomes
“Song wise, I don’t even mind writing a bad song, or a silly song, or a song that I don’t want to play today. It made sense at that moment. If it’s a song and we worked on it, I have love for it. So [I] very little regret about songs, even if they’re not good, or there’s something I never would want to play together, I remember why we wrote it, when we wrote it, it had a purpose.” Anthony Kiedis in an interview for ET Canada, 2016
Do amor de outrem (2012)

Ele escrevia a falta
Do que não possuía
Ele idealizava 
Um amor que não havia
Eram cenas de cinema
Desfundamentadas do mundo real
E ele notou quando pôs-se
A sua frente uma mulher
E o tempo parou

Ele desconfiou do clichê
Aos poucos se deixou envolver
Se o destino quiser que escreva

Pois ao vê-la perto ele percebeu
Com clareza que a falta desvaneceu
O sorriso dela o fez imaginar
Que o presente era tudo que havia;



           O tempo. Receio repetir as referências, as histórias. Há um ponto, no entanto, bom para constar no arquivo do blog. Existe ao menos a intenção da canção de refletir algo/alguém/alguma coisa. "Do Amor de Outrem" é praticamente uma continuação de Falta. Dessa vez, influenciado por conversas com o autor da letra supracitada. A "falta" era a força-motriz para a redação de poemas. Musiquei dois deles, um foi O Tempo Passado que deu nome à coletânea de demos de 2010, da qual faz parte a canção Desejo de um Rio. Quando ele conheceu Muriell essa necessidade de traduzir as inquietações diminuiu, os versos se tornaram escassos. A poesia reside na vida e na convivência. Quanto tempo já faz isso? Havia um retrato de como enxerguei esse momento nos idos de 2012. O presente é tudo o que há. Neste 2017 faz mais sentido. Que as mãos entrelaçadas na vida continuem ressoando para além do amor.




         To a certain extent this song is the spiritual sucessor of Falta. If Mr. Anderson wrote about "a void" his life changed when he met Ms. Muriell. Some can say when you're happy there's not a reason to write and maybe they're right. The major example may be that of singer-songwriter Tucker Crowe. Best known for his song You and Your Perfect Life after a long hiatus his last work was considered too happy for some die-hard fans. Is this song happy? It starts with an E major so at least it was a conscious thing. Sometimes I remember Pearl Jam version of Soldier of Love. As a matter of fact I was trying to do something like Marcelo Camelo's Tudo o que Você Quiser. This translation tries to capture the meaning ignoring rhymes and other stylistic devices as the use of words as "desfundamentadas" (groundless) I had opted to "never grounded in reality". "cena de cinema" could be "movie sequences" and yet silver screen makes a homage to Anthony Kiedis.


About the love of others (2012)


He used to write "the lack".
Of what he didn't have.
He idealized a love
That was not there.
Living silver screen scenes
Never grounded in reality
And he noticed when
"the woman" came close by
And time stood still.

Although it seemed cliché at first
He got carried away.
If Fate is involved? So be it.

When he saw her, he realized,
The lack was gone.
Her smile made him feel
Today's all there is

"Quanto às músicas, eu não me importo de escrever uma música ruim, boba ou uma que eu não queira tocar hoje. Fez sentido naquele momento. Se é uma música e nós trabalhamos nela, eu tenho amor pelo resultado. Tenho pouco arrependimento acerca de músicas, mesmo que não sejam boas, ou que haja algo que eu nunca iria querer tocar novamente, eu me lembro a razão de termos composto, quando compomos, havia um propósito." Anthony Kiedis em entrevista para a Entertainment Tonight Canada, em 2016.
Um dos poucos registros de uma letra de 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário