quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Hermético Como Memória


"Anseios temperados com receios, paranoias e outras duvidas.
Nada além de esconderijos"
Nada Além - Los Porongas
Hermético Como Memória (ou HCM) é uma composição-irmã de Tudo Depende de Conforme For - Em algum ponto até de CCCLXV. Qual a razão de surgir apenas neste 2018? Diferente do conceito elaborado na coleção de composições anterior (Nada Há de Novo Sob o Sol) em que cada faixa surgia cronologicamente à feitura, o surgimento de Amor Infinito após a leitura do livro de Leo Chaves trouxe algo com um tom diferente do que foi desenvolvido até a mezzo-ramiliana Da Escolha. HCM traz tanto uma série de questionamentos, envoltos numa atmosfera de "arte pela arte". Se a palavra "nefelibata" fora aprendida nos tempos de faculdade, "temperança" é reflexo de fazer uma longa maratona do seriado Bones, em que a protagonista se chama justamente "Temperance". Mesmo o termo "azinhavra" surgiu de observar o evento na vida real, a prata perdida para efeitos químicos...
Nada para dizer que não esteja na letra. Imagino. Desconheço o paradeiro de Raul, tampouco imagino o que Júlia está fazendo. A última vez que ouvi dele, me desejava ano novo dizendo que William o havia ameaçado caso insistisse em fazer contato. Eu disse a ele que de Nelson Rodrigues conhecia apenas a fama, seria impossível criar narrativa em cima disso, ao menos por enquanto. "Tudo são sonhos maus, no final, e, apesar de vencer, eu perdi." Há um algo na composição da trilha do Homem de Aço de Hans Zimmer e também de Luís Alberto 'El Flaco' Spinetta, falecido dia 8 de fevereiro de 2012, grande artista argentino que vim a conhecer apenas por seu registro pregresso. As influências estão aí. Nada surge sem ser, de alguma forma, resposta aos que se foram.



Sombras: sobras de Raul e Júlia


Hermético Como Memória (2017)

Pode um raio cair duas vezes
Nos jardins da alma?
Apontando apenas o "preciso"
E preenchendo o nada
Com algum aroma bem melhor
Que o crepitar de cartas

De meus sonhos, onde não hesito
Sentimento, lá não azinhavra
Que delírio! Ser nefelibata

Enquanto há vida
Há de haver mudança
Mas em nenhures
Encontro segurança
Será que elido
De vez a esperança?
Para imergir 
Em vasta temperança.

"É só silêncio."

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